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Sejam bem-vindos ao Blogfólio "Educação e Igualdade" da Especialização de Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça do Pólo de Cachoeiro de Itapemirim/ES.




domingo, 24 de julho de 2011

RELAÇÃO DO TEMA COM O COTIDIANO DE TRABALHO

Das minhas atividades cotidianas em relação ao tema


                 O fato de ser do movimento negro e receber convites para estar em escolas , proferindo palestras que primem pela luta contra o preconceito , discriminação racial e racismo/promoção da igualdade racial , percebo que nas séries iniciais do ensino fundamental há proporcionalidade das raças representativas entre os discentes, considerando o bairro em que se localiza a escola (nos bairros mais distantes do centro do município maior concentração dos negr@s, nem sempre em percentuais maiores que os não-negros). Para cada ano de escolaridade observo a redução (evasão) mais acentuada de negr@s, que vem diminuindo, creio em razão do bolsa-família e até mesmo pela perspectiva de que possam vir a cursar , no futuro o curso superior de seu sonho, advindo das “cotas” raciais.
                   Observo que a evasão se dá muito quando o jovem tem entre 12/13 anos idade , sexto ano escolar,  quando muitos deles , de forma mais contundente os meninos, já podem “servir” como ajudante de pedreiro.
                    A ausência mais perceptiva de jovens negr@s na escola  observo no ensino médio, já a partir do 1º ano . Muito próximo a minha residência há uma escola de ensino médio ,Centro Inter-escolar “Àtila de Almeida Miranda” que forma quadro contendo fotos de seus concludentes, e em grupos acima de 100 alunos , constato que afrodescendentes são em percentuais abaixo de 20 % (vinte por cento)
                    Embora não seja muito convidado para falar em escolas de educação infantil –estive em uma recentemente para abordar o tema – constato e ressalto que “jamais” estive em alguma que rainha/princesa fosse negra , assim como em sua grande maioria as bonecas (simbolicamente boneca é bonita) para  
                    Como a relação educação formal e trabalho formal estão intrìnsecamente ligados , percebo em atividades “remuneradas” informais, como por exemplo, entrega de papéis de propaganda pelas ruas, assim como os formais  precarizados, exemplo estacionamento rotativo a prevalência de mulheres (acima de 95 %), e em sua grande maioria, acima de 80% (oitenta por cento) negras.

Manoel Alves Oliveira




O MEU DIA-A DIA E A PROPOSTA DE NOSSO TRABALHO  

         
                   Recair o nosso trabalho, por escolha do grupo na temática de gênero e Raça na educação formal e a relação com a família para eu que exerço a função de gestora de escola de educação infantil constitui a relação que fazemos, na construção diária de uma escola inclusiva, com os responsáveis pelas crianças.
                  Trabalhar em uma escola no mesmo bairro em que dispusemos a realizar o nosso trabalho, aumenta a  minha responsabilidade visto que os meus/minhas atuais alun@s provavelmente farão o ensino fundamental na escola que escolhemos não só para pesquisar e acompanhar mas principalmente contribuir.
                   Em nosso dia –a –dia de trabalho contatamos pessoalmente com os responsáveis, e vejo que uma das formas para diminuirmos a evasão escolar na escola Julieta Deps Tallon, que escolhemos, deverá ser exatamente este contato contínuo dos dirigentes da escola com os responsáveis pelos evadidos,  mesmo que estes estejam em uma idade de transição (busca por afirmação) como é o caso .
                    Vejo que a estigmatização do bairro muito contribui com a evasão d@s alun@s, além é claro de suas necessidades em satisfazer direitos, ou  que consideram direitos .Em minha caminhada para a escola, quando vou a pé, passo ma entrada da rua que leva  à escola Julieta, ao mesmo tempo em que vejo alguns jovens, em idade escolar que se dirigem para trabalho.
                     Posso testemunhar que muitos pais provavelmente não participam das reuniões marcadas pela escola, salvo engano sempre durante o dia, em virtude de seus trabalhos, no que sugiro que caso seja possível estas reuniões aconteçam em horários compatíveis ás suas participações.
                       Percebo nos jovens do bairro interesse incomum em trabalhar, para ter  seu dinheiro, e se estudar @s conduzirá a um trabalho, eles/elas ainda não receberam orientação adequada de que estarem fora do mercado de trabalho hoje, permanecendo mais tempo na escola proporcionará a eles/elas um trabalho mais digno no futuro .
                       Vejo ainda cm ressalva o formato arquitetônico da Escola “Julieta Deps Tallon” como não atrativa , ou melhor riria até um tanto quanto anti-pedagógica.   
                       Os últimos acontecimentos que levou representantes dos órgãos de segurança pública ao bairro,diga-se de passagem necessários , receio que ao invés de contribuir com os jovens, é possível que venha  trazer a alguns/mas o entendimento de que para serem notados , precisam cometer atos similares aos que foram detidos.
                         Sou favorável á presença constante de ações de promoção(desenvolvimento) social, cultural e esportivo, podendo a escola ser a propulsora desta agenda política junto aos representantes governamentais e gestores/pedagogos das escolas do bairro , envolvendo  por fim as várias lideranças religiosas e de movimentos sociais existentes no bairro.
                         Entendo que, pela posição do Ideb que a escola ocupou no último senso, re(elaborar) um novo Projeto-Político-Pedagógico, e até mesmo buscar junto à secretaria municipal de educação a possibilidade de contração de assistente social , para atender-nos a todos/as, centrado prioritariamente na escola Julieta , no sentido de que se tenha um acompanhamento diário às crianças e adolescentes em sua relação de convívio com seus colegas, ao mesmo  servir na intermediação da relação destes  com os/as responsáveis.
                        Conhecer de perto a realidade vivida pela escola – diagnosticar – para enfim planejar , não apenas a curto prazo, mas também a médio e longo prazo certamente será uma atitude de promoção dos direitos destes/as adolescentes.
                          Muito se tem para fazer, mas muito também é possível fazer.

Mônica Aparecida Leandro Oliveira
                        
                      

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